A janela escancarada, revelando céu negro quadrado
o silêncio invadindo meu quarto acompanhado do frio de
São Paulo.
Está úmido, o cigarro queimando no cinzeiro, já não
tenho mais vontade de fuma-lo.
São noites como essas que você inunda todo meu pensar,
um avião passa lá em cima, rasgando o silêncio
me fazendo voltar de frente ao bloco de notar que abri
pra escrever
mais uns versos invertidos que rimam, e não sei como
faço pra parar.
Palavras soltas, o risco da caneta do papel se fundem
com a minha solidão.
Sou escravo das letras, não sou um fiel à orações
mas a poesia me tornou um fiel
de que momentos como este me volto à ela
precisando de mais tinta e papel.
Não quero que o sol surja, trazendo com ele toda aquela
luz
pessoas começando seus dias, suas vidas
sendo que a minha ainda nem parou
estou vivo, respirando, produzindo,
o tempo não para,
se é que um dia ele parou.
Obras primas,
primas não sei de quem, só seu que sou primo e amigo de
algo que vem
como o trem das sete que passa, olha lá ! Já foi.
Prosa desconexa, é hora de terminar meu cigarro
abrir o coração e inunda-lo de uísque, seja como for.
A janela, ainda, aberta me mostra o céu escuro.
Estou perdido,
bem vindos ao meu submundo.
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