Olhei para o céu, e não vi a lua
Quase me desesperei ao saber que hoje estaria sozinho,
Mas vi a chuva cair, o céu chorando me fez lembrar
Que a lua estava sobre ele a brilhar, guardando seu
brilho pois o céu estava em luto
Em luto pois não tinha, hoje, coração.
Eu, perdido na imensidão negra, observando através da
minha janela quadrada a imensidão que é o mundo
Chorando sem perceber,
A dor que é esquecer de viver.
Contemplar algo tão grande através de algo
tão...quadrado,
Estou em um quarto, enfumaçado.
O copo do café pela metade, e já é tarde da noite
O cigarro queimando,
É outro dia sem paixão-tesão.
A janela aberta deixa a brisa gelada entrar,
Converso com ela, ela espera eu fumar, me conta as
novidades que acontecem do lado de lá,
Me convida para passear.
Mais um dia, mais uma noite, estou a despertar
Gritando da janela que eu sei e quero amar,
O céu e sua imensidão azul,
Olho pro Mar,
A procura de uma agua viva, da fonte da agua doce, ou
da sereia que há tempos desejei,
Grito da janela
Que somos, todos, reis.
A janela se arredonda diante de mim, a chuva me molha,
É algo transcendental,
Estou indo pro Norte, em busca do Novo,
Chega de episódio de ódio,
Quero longas envolvidos em perigos e algo que valha
contar,
Quero a liberdade,
Nem que seja através da janela quadrada, observando o
céu azul.
Tudo volta ao devido lugar,
Estou de novo deitado na praça, buscando algo pra
começar.