sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Sobe entre o sob.



Os carros passam, ninguém nota a pessoa jogada ali
Em busca de uma nota,
De uma nota musical, ou de atenção.

Quem sabe a história? Lá vou eu, com meu cigarro na mão
Saindo da rotina, sentando ao seu lado, ofereço um
Ela diz que não.  Que não fuma, que eu deveria parar.

Fico espantado, começo a conversar,
Falamos de coisas que em uma Faculdade é preciso duas aulas para teorizar
E com a pessoa buscando nota, notada,
Soube responder, com português diferente
Me surpreende ao falar que está ali buscando coisas novas,
Que seu coração não foi feito pra se prender em coisas quadradas, buscando o carro do ano, ou atenção do freguês
Ela me diz que é livre, que eu sou também.

Fico surpreso, já estou sentado no chão sem perceber que sento em algo mole, acabado de se fazer.

Fumando meu cigarro, ela pede que eu conte o porque que eu fumo e pra onde vou,

Respondo que fumo pela consciência do mal que faz e do prazer de fazer,
Não sei pra onde vou, mas vou seguindo o que acho que devo seguir,
Ela dá risada e me pede um cigarro e ascende,
Dez minutos se passam, o SAMU já está ali
O indigente morre,
Assino meu nome,
Continuo a caminhar...
Fumando,
Sorrindo,

Caminhando. 



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