segunda-feira, 27 de agosto de 2012

para M.

M,
maluco, mar, marte
morte
finaliza aquilo que a vida já foi, um dia, forte.
Você, M, quem me criou, pariu e amou,
te vejo hoje como via alguém de muito tempo atrás
de lendas das vidas que juntos vivemos, sem um instante de 
paz.

Sou tão novo e burro que não sei como atuar,
não estou pronto para ver você nos deixar.
Há lágrimas pesadas presas em meu peito
dedicada e escondidas de você,
não estou pronto para te ver se 
desfazer. 

Já é tarde, parece que o tempo nos castigou,
a Morte vem roubando e invejando o nosso amor.
Não estou pronto para ser pai em tempo integral,
tenho todos sonhos vivendo em mim,
num tempo muito real. 

Ah, que desgraça essa que nos aconteceu,
não há como culpar deus, pois ele pra mim
foi outro
quem 
morreu.

Assim como sei que você irá, pois sua mente deteriora, minha dor para sempre vai me acompanhar.

Tenho medo que seja um ciclo sem fim, então que caia sobre mim e não do filho que o Tempo nos deixou,
não irei te acompanhar pois tenho Medo de sair daqui,
mas logo iremos nos encontrar, para sempre se unir no Sagrado Amor, 
pois você é M, quem me criou e 
de novo me amou, até os dias finais.

Desabafo em forma de poema, talvez escrito por ela, ele ou eu, como irei saber? 
Você é minha mais nova filha, minha boneca de marfim.
Meu bem mais precioso,
maluco, mar, marte, 
morte.

A Morte me assombrou,
de
novo. 

Um comentário:

  1. E uma das coisas mais dificeis desse mundo é expressar em palavras os nossos sentimentos, principalmente a ponto de emocionar e tocar de forma tão profunda como os seus.
    Ao ler sinto a mesma dor, angustia, medo e alegrias de outra hora.
    Algo que se sente que brotou do mais profundo de seu coração e traz toda a verdade do seu olhar!!

    ResponderExcluir