segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Grandeza.


Essa insignificância diante da grandeza, sempre me fez pensar
Nessa questão d’outro homem achar que é dono d’outro, que coisa ridícula!
Ridículo também é achar que fazer poesia é pegar as palavras e rimar
Assim como se janela com ela e rima com papel !

O mundo é muito grande, o universo é imenso
E estou aqui, preso! Porra, estou pensando em você de novo!
Passei a tarde em bares da cidade, falando sobre o que deveria ser o amor
O que ele poderia significar,
Mas acabo voltando pra essa dor, que diante da grandeza não significa nada.

Há crianças nas ruas sem pais, com fome... Me sinto egoísta de mais, e acho você um grande babaca por não olhar pra mim,
Já não me importo de ir falar com você, aquele vago ‘’oi, tudo bem’’
É uma merda te querer,

Porque eu quero o mundo, mas meu coração se volta contra mim
A grandeza se resume

Em você dentro de
Mim. 

domingo, 14 de outubro de 2012


A janela escancarada, revelando céu negro quadrado
o silêncio invadindo meu quarto acompanhado do frio de São Paulo.
Está úmido, o cigarro queimando no cinzeiro, já não tenho mais vontade de fuma-lo.

São noites como essas que você inunda todo meu pensar,
um avião passa lá em cima, rasgando o silêncio
me fazendo voltar de frente ao bloco de notar que abri pra escrever
mais uns versos invertidos que rimam, e não sei como faço pra parar.

Palavras soltas, o risco da caneta do papel se fundem com a minha solidão.
Sou escravo das letras, não sou um fiel à orações
mas a poesia me tornou um fiel
de que momentos como este me volto à ela
precisando de mais tinta e papel.

Não quero que o sol surja, trazendo com ele toda aquela luz
pessoas começando seus dias, suas vidas
sendo que a minha ainda nem parou
estou vivo, respirando, produzindo,
o tempo não para,
se é que um dia ele parou.

Obras primas,
primas não sei de quem, só seu que sou primo e amigo de algo que vem
como o trem das sete que passa, olha lá ! Já foi.
Prosa desconexa, é hora de terminar meu cigarro
abrir o coração e inunda-lo de uísque, seja como for.
A janela, ainda, aberta me mostra o céu escuro.

Estou perdido,
bem vindos ao meu submundo.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

O Grande Voo.

Não encontro solução, já não tenho mais mãos que me ajudaram
estou no mesmo sonho, um sonho que chamo de Vida,
sem saber qual o caminho seguir.
Qualquer lugar me lembra a situação que estive, envolto dos braços de minha mãe,
protegido, ungido. 

São esses braços que me negam ajuda, atenção,
refletindo em mim a perca da minha 
percepção.

Me pego no mundo sozinho, pouco dinheiro na mão, e muita
mas muita vontade de viver. 
Não vou viver pelo dinheiro, e sim usa-lo para que ele viva pra mim,
estou saindo,
alcançando meu voo, vou bem alto
posso ir até
de cabeça pra baixo. 

O que me pergunto é se vou saber pousar,
mas vejo as pessoas vagando sem nem 
terem começado a 
voar. 

Chegou a hora de honrar, minha postura, não entregar
não desistir de quem sou eu,
é hora de dar meu grito, de mostrar quem eu sou.

Espero descobrir, nessa minha viajem ao além da solidão,
pois na madrugada irei me encontrar sem saber o que sou
e quem está ali, ao canto, me observar
como faz sempre que estou a poetizar,

mas o medo não vai me deixar, então que abraçados alcancemos 
esse voo,
rumo à
paixão. 

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Céu sem Lua.


Olhei para o céu, e não vi a lua
Quase me desesperei ao saber que hoje estaria sozinho,
Mas vi a chuva cair, o céu chorando me fez lembrar
Que a lua estava sobre ele a brilhar, guardando seu brilho pois o céu estava em luto
Em luto pois não tinha, hoje, coração.
Eu, perdido na imensidão negra, observando através da minha janela quadrada a imensidão que é o mundo
Chorando sem perceber,
A dor que é esquecer de viver.
Contemplar algo tão grande através de algo tão...quadrado,
Estou em um quarto, enfumaçado.

O copo do café pela metade, e já é tarde da noite
O cigarro queimando,
É outro dia sem paixão-tesão.
A janela aberta deixa a brisa gelada entrar,
Converso com ela, ela espera eu fumar, me conta as novidades que acontecem do lado de lá,
Me convida para passear.

Mais um dia, mais uma noite, estou a despertar
Gritando da janela que eu sei e quero amar,
O céu e sua imensidão azul,
Olho pro Mar,
A procura de uma agua viva, da fonte da agua doce, ou da sereia que há tempos desejei,
Grito da janela
Que somos, todos, reis.

A janela se arredonda diante de mim, a chuva me molha,
É algo transcendental,
Estou indo pro Norte, em busca do Novo,
Chega de episódio de ódio,
Quero longas envolvidos em perigos e algo que valha contar,
Quero a liberdade,
Nem que seja através da janela quadrada, observando o céu azul.
Tudo volta ao devido lugar,
Estou de novo deitado na praça, buscando algo pra começar. 


sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Sobe entre o sob.



Os carros passam, ninguém nota a pessoa jogada ali
Em busca de uma nota,
De uma nota musical, ou de atenção.

Quem sabe a história? Lá vou eu, com meu cigarro na mão
Saindo da rotina, sentando ao seu lado, ofereço um
Ela diz que não.  Que não fuma, que eu deveria parar.

Fico espantado, começo a conversar,
Falamos de coisas que em uma Faculdade é preciso duas aulas para teorizar
E com a pessoa buscando nota, notada,
Soube responder, com português diferente
Me surpreende ao falar que está ali buscando coisas novas,
Que seu coração não foi feito pra se prender em coisas quadradas, buscando o carro do ano, ou atenção do freguês
Ela me diz que é livre, que eu sou também.

Fico surpreso, já estou sentado no chão sem perceber que sento em algo mole, acabado de se fazer.

Fumando meu cigarro, ela pede que eu conte o porque que eu fumo e pra onde vou,

Respondo que fumo pela consciência do mal que faz e do prazer de fazer,
Não sei pra onde vou, mas vou seguindo o que acho que devo seguir,
Ela dá risada e me pede um cigarro e ascende,
Dez minutos se passam, o SAMU já está ali
O indigente morre,
Assino meu nome,
Continuo a caminhar...
Fumando,
Sorrindo,

Caminhando. 



domingo, 9 de setembro de 2012

Julieta & Romeu


E assim, minha Julieta,
você se vai com seu Romeu, que embriagado de veneno
junta o destino dele
com o seu.

E eu, fico à deriva da espera da minha hora chegar,
espero encontra-la no meu leito, enquanto deliro observando teus lábios nos de Romeu selar este amor,
ao qual fui refém.

Não tive veneno melhor, do que ver sua estória, em um dia de sol
vendo a felicidade de vocês dois, eu cheguei a sorrir,
mas é triste que a consequência dum amor dure tão pouco,
seja pra você ou pra mim.

Fico estirado no chão, o corpo queimando em brasa, tentando sentir um pouco de frio
é quando me lembro que minha Julieta
morreu junto com seu Romeu,
e assim adormeço,
perdido no tempo,
no breu que escolhi passar,
casado com minha Solidão, pois ela me envenena
e dizemos adeus.

Vão em paz,
Julieta e Romeu.


quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Leões.


A força cresce dentro do estomago,
Estou de pé na linha de frente, com a cabeça erguida
Grito, agito as mãos, pulo e aponto o indicador pro universo.
Espero algo acontecer,
Sinto todo meu corpo tremer, estou vivo, eu sou a adrenalina em todos meus órgãos,
Minha mente está vazia, uma coisa rara de acontecer,
Estou cem por cento presente no momento, no movimento.

Sou ameaçado, sou empurrado, sou chutado,
Mas estou ali, de pé, gritando, agitando as mãos e apontando o indicador.

Imagino minha cara, não sou mais um homem, sou um Leão. Minhas presas pra fora, meu rugido abafando gritos e sendo escutado,
Quero a ajuda deles, procuro por eles, mas a selva toda está ali e
Nosso foco está dentro de uma sala de vidro que não resiste ao barulho, juntos somos indestrutíveis,

Juntos podemos mudar, sendo homens ou animais,
O importante da Vida é Tentar em União,
É filiar-se ao espirito em conjunto, dar as mãos.
Lutamos pela mesma causa, rugidos como iguais,
Flashes

 machucam meus olhos, eu rujo mais.
Quando vejo, há jeito,
Há resultado.

Não sou só mais um bastardo,
Sou só outro leão, pois quando me dou conta, estou entre os Reis
Seres humanos, sendo humanos,
Na maior felicidade(fidelidade), na maior Manifestação
Gritando, pulando
Agitando as mãos. 

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Só a Chuva irá Voltar.


Mais um dia lindo de sol, 

sem escorregar e bater a cabeça no meio fio,

sento no bar, para celebrar mais de 40 dias sem chuva

na cidade, que vivacidade

 

O tempo é seco, nem as lágrimas conseguem rolar

peço a gelada, o cigarro queimando na mão e brindo

com a garrafa posta à mesa,

quando uma Mosca me zonzeia, cantando o que ela já foi

e juntos começamos a devanear.

 

Pois sei quem é a Mosca e sei

porque a chuva não vem,

ambos são Astros que todos querem que 

um dia cheguem a voltar aqui

Mas sabemos que só a Chuva poderá voltar a cair,

a mosca se manda,

já embriagada.

 

Tiro minha bota, ainda, não rasgada.

O tempo fechou,

o frio traz a chuva,

a chuva o Sol

molhou.  

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Serenata ao rio Tietê.

Sim, o titulo é exatamente este. Para o rio Tietê em São Paulo capital.
Sempre que passo pela ponte da marginal Tietê a pé eu sinto a necessidade enorme de parar e observar, dar a atenção ao rio. Estranho né, dar atenção ao rio? Mas penso no seguinte, o planeta Terra é baseado em Vida, Ela tem o solo que, quando virgem ou propenso, é possível multiplicar essa mesma ideia de Vida.
Então o rio, lagoa, riacho, cachoeira, mar... Fazem parte da Vida, do Ecossistema , e assim precisa de atenção também, porque todos precisamos,
afinal, somos belos e ignorantes carentes. E, nesses dias que passo e sinto a vontade de parar, eu fiz uma serenata, mas com todo sentimentalismo que tento passar em cada composição.
É o seguinte:


''Tietê-ê-ê, tietê-ê-ê
rio largo, profundo,
cheio de corpos de defuntos. 
trafega desde o tempo da Criação,
antigamente louvado como um deus pagão
os índios tinham trabalho pra atravessar,
o homem branco só soube sujar,
Tietê-ê-ê, tietê-ê-ê,
não se ofenda com este som, cantado estilo bossa, vindo do coração,
nome tupi guarani, era Anhembi para as aves da mata
saciarem sua sede em suas aguas(e se divertir),
e os índios à te adorar, assim como a África ama Iemanjá.
Tietê-ê-ê, tietê-ê-ê.'' 
Bruno Contardi.



quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Caminhantes Constantes.

Seus passos eram lentos e soltos, em meio à rua às seis horas da tarde onde a multidão se tornava uma pessoa só. Mas ele é diferente, com cabeça erguida e olhar sempre pra frente, o violão apoiado nos ombros, a mochila atrapalhando a confusão que aquela pessoa chamada Multidão teimava em formar,
as células lutando e se comprimindo, pareciam bonecos de papel amassados em origamis mal feitos e emburrados, pois mais um dia se chegava ao fim. 
É compreensível que as pessoas queiram silêncio e estava carrancudas por virem de trabalhos chatos que muitas células lutavam sem ter gosto de ir e fazer, mas ele não ligava pra isso. Ele não tinha ética, ele não tinha moral... Andava sem cueca, que coisa horrível ! A bota no pé mostrava o tamanho do seu poder imaginativo, o violão nas costas era um fardo artístico que seu coração o fazia carregar, e no meio da Sé a pedido de um amigo vindo de São Tomé eles iam brindar à vida, por tentarem não serem mais uma parte daquele corpo, que era a Multidão. 
Eles queriam representar a doença, a escoria que é trazida pra quem diz que prática a Meditação. Mas não aquela que você senta com postura ereta e diz que se iluminou na Sociedade do Oriente, se tornando um ser iluminando com discursos incoerentes. A meditação era ser humano, como um estado de nirvana em meio ao contexto social com nova ética e quase sem moral. 
Em meio à brindes e cerveja, a música sai e a prosa se cria, a fumaça do cigarro cria uma nova neblina em volta deles como se fossem criaturas de um plano extra visual, seres de outros planetas, carregados de irônia   e força de vontade de serem ouvidos pelas idéias mais malucas que juntos podiam produzir,
em meio à Sé podia-se ouvir a Multidão, mais uma vez com idéias semi-mortas passando como rajadas de ventos em um Deserto em busca de um movimento do prazer. 



O caminhante de passos lentos foi questionado de quem era e porque ser vestia assim, sem cueca e calças largas com blusas transpassadas e a barba mais longa que seus braços no chão não podiam tocar. Foi quando ele respondeu: '' Eu sou o que preciso ser, dum filha da puta à um burgues refinado. A minha metamorfose é ambulante, porque tenho consciência que sou diferente de tudo e todos muito inconstante. Tão inconstante que sou, até, igual. '' Virou a cerveja no copo e deu risada, e seu amigo de São Tomé riu mais alto gritando: '' Viva a loucura ! Ha ha ha ha... '' 
Em tempos modernos, o hippie já morreu, dando espaço pra outros loucos tentarem viver de sonhos. Porque pra sonhar é preciso imaginar, e como Pinsky disse uma vez: '' Historiador/professor sem utopia é cronista, e sem conteúdo, nem cronista pode ser'' é preciso dum sonho em constante movimentação. Onde todos são professores e alunos, buscando uma luz. 
E assim a Multidão passava e cada célula desse sistema que movimenta um Mundo vai enegrecendo e se tornando um vírus lá no fundo, bem no interior.
A loucura das pessoas se inflamam, até que um dia,
sejam mais livres que seus pais,
ou até mesmo  que o jovem que sonhava no bar, com passos lentos e soltos, que andava sem cueca em São Paulo capital.
E ele continua viajando, ainda sem rumo, sem saber por onde ir. 
Só sabe que a vida é curta de mais,
é preciso se divertir, criar uma nova ética e uma nova moral, pois o dinheiro criou o novo Sistema.
Um Sistema Canibal. 


segunda-feira, 27 de agosto de 2012

para M.

M,
maluco, mar, marte
morte
finaliza aquilo que a vida já foi, um dia, forte.
Você, M, quem me criou, pariu e amou,
te vejo hoje como via alguém de muito tempo atrás
de lendas das vidas que juntos vivemos, sem um instante de 
paz.

Sou tão novo e burro que não sei como atuar,
não estou pronto para ver você nos deixar.
Há lágrimas pesadas presas em meu peito
dedicada e escondidas de você,
não estou pronto para te ver se 
desfazer. 

Já é tarde, parece que o tempo nos castigou,
a Morte vem roubando e invejando o nosso amor.
Não estou pronto para ser pai em tempo integral,
tenho todos sonhos vivendo em mim,
num tempo muito real. 

Ah, que desgraça essa que nos aconteceu,
não há como culpar deus, pois ele pra mim
foi outro
quem 
morreu.

Assim como sei que você irá, pois sua mente deteriora, minha dor para sempre vai me acompanhar.

Tenho medo que seja um ciclo sem fim, então que caia sobre mim e não do filho que o Tempo nos deixou,
não irei te acompanhar pois tenho Medo de sair daqui,
mas logo iremos nos encontrar, para sempre se unir no Sagrado Amor, 
pois você é M, quem me criou e 
de novo me amou, até os dias finais.

Desabafo em forma de poema, talvez escrito por ela, ele ou eu, como irei saber? 
Você é minha mais nova filha, minha boneca de marfim.
Meu bem mais precioso,
maluco, mar, marte, 
morte.

A Morte me assombrou,
de
novo. 

domingo, 26 de agosto de 2012

Papel, vinho e sol.

Pedaços de folhas jogadas no chão,
as paredes riscadas com tinta vermelha
algo que escrevi em nome da Paixão. 

O diferente se torna indiferente perante a realidade
que me seduz, conduz meu pensamento e meu viver
é culpa minha eu querer voar em meio à cidade,
sem perceber o mal que isso faz 
às pessoas tão presas ao chão?

Pessoas passando, correndo, entram e saem dos ônibus e metrôs
não quero ser mais um,
não quero ser um robô!

Pela rua danço percorrendo meu caminho até de manhã, 
sabendo que a vida não tem uma música de fundo por onde eu passo,
mas não tem problema, 
no meu musical tem a música que eu quero e onde eu quiser. 


Porque não tem ator principal se não eu mesmo, em minha peça sendo escrita e reescrita por mim,
num momento sedado de solidão, eu subo a rua Augusta em busca de encontrar você,
mas sei que não está, 
porque está deitada em sua cama pensando naquele careta que nem sabe
pensar no que pode ser o Amor,
enquanto este louco está a deriva da paixão.

Sofá, sala de estar ou de ser,
deitado no chão,
o cigarro queimando, é mais um Domingo de sol
onde nem o Rei me levou pra cima,
eu só cai. 

E no fim só me restam:
meus livros, meus rascunhos, meu vinho e 
minha incompreensível capacidade de me achar complexo em meio à sociedade ''simples'', padronizada.

Mas é que volto a olhar,
e me apaixono de novo pela a incrível capacidade de voar
porque só na Liberdade eu encontro a verdadeira união,
será que para ser livre
é preciso
casar-se
com a 
solidão? 



quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Mulheres.


 Há muito amo, ou amei
Mulheres de vários jeitos, eu desejei.
Segredos, inconstâncias e coisas sobrenaturais,
São coisas que somente as mulheres entendem e fazem do homem
Seus servos, servos carnais.

Os cabelos longos ou curtos,
Fazem do delírio, a perdição do homem mais sábio
Ao mais burro.

Quando pego pelo encanto, fica sem rumo
Jogado ao canto, esperando a mulher o olhar,
Faz de tudo pra chamar atenção,
Sou mais um homem burro, me declarei
Abri a mão do ego pra ver se iria te conquistar,
Beijos falhados, descompassados,
Nunca voltaremos a nos falar?

Mulheres,
A criação que deu certo,
Pois o homem foi um erro genético, feito pra chamar atenção e distrair
Pra nenhum outro prestar atenção na mulher, que faz o bem
Que faz o mel.

Impedindo meu desejo cooperar com seu corpo,
À meia luz, transpirando e aspirando ao nosso prazer
São para vocês mulheres,
Que nunca dormem,
que entrego meu coração banal.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Para eles.


 Quando vim a este mundo, eu não os conheci
Passei anos e anos sem saber o quão importante foram para as mudanças dentro de uma sociedade, de vidas individuais, do mundo.
Eu quero, assim como vocês, ser uma pequena chama na vida de outros homens e mulheres que tentam não ser como todo mundo.

Passei outros anos em outros níveis de conhecimento, ainda sem conhecer o trabalho terrestre que vocês começaram e deixaram para seus fãs, seus seguidores poderem terminar em cada um.
Talvez seja esse o macete da Terra, começar a mudança e ser exemplo
E depois, desaparecer fisicamente,

Deixando conosco suas músicas, suas falas, entrevistas, ideias...
Eu falo, passei por momentos tenebrosos, descrenças de muitas outras ideias de outros malucos
E conheci a ideologia de vocês, músicos tão brilhantes que não queria ser venerados por ninguém, só queriam fazer suas músicas e que elas fossem conhecidas

Para que o trabalho fosse reconhecido, nada mais...
Mas não foi só isso que aconteceu,
Eu, um biruta, filho do meu Tempo, percorro o passado estudando, idealizando, vivendo o que vocês viveram
Criando coisas que vem de mim e semelhantes a coisas que vocês criaram,
Porque nunca soube me comportar,
Nunca soube abaixar a cabeça e dizer ‘’ok, é assim que vai ser...’’

Humanos, cagaram, mijaram, beberam, usaram.
Melhor espelho de inspiração somos nós mesmos, porque também cagamos e mijamos, e procuramos perdoar a nós mesmos
Mas os fantasmas do passado sempre souberam nos atormentar, talvez seja a minha conclusão da vida que vocês levaram, eu nunca vou – realmente – irei saber o que quiseram dizer com ‘’Imagine’’ ou ‘’Maluco Beleza’’

Mas sei o que deve significar pra mim
Não é acreditar que o chão cimentado é  bom pra ficar
E sim acreditar nas pernas em movimento, correndo nesse cimento que chamamos de chão
É alcançar o Grande Voo, ser um falcão.

Ah, não sei mais de nada, a música e a poesia são as últimas coisas que me seguram aqui
E vocês, além de outros, sabem me ouvir e inspirar
Hum, preciso mijar... A cerveja desceu,
Nexo nenhum,
Vou ali, perguntar se o palhaço ainda sabe sorrir. 


&


Tributo. 
Bruno Contardi, Agosto 2012.